Número de mortos pela repressão na Síria passa de 7.500, avalia ONU

Wednesday, February 29, 2012 0 comments
O número de vítimas da repressão na Síria é de "muito mais de 7.500 mortos", declarou nesta terça-feira (28) um alto funcionário da ONU.
Lynn Pascoe, secretário geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, admitiu, contudo, diante do Conselho de Segurança, que as Nações Unidas não podiam "dar cifras precisas" do número de mortos durante as manifestações opositoras na Síria.
"Há relatos confiáveis de que o número de mortos agora geralmente excede os de 100 civis por dia, incluindo muitas mulheres e crianças", disse.
Pascoe afirmou que o fracasso da comunidade internacional para "deter o massacre" incentiva o governo sírio a acreditar que pode agir com impunidade.
Observadores sírios de direitos humanos afirmaram que mais de 7.600 pessoas morreram nos últimos 11 meses, mas este é o maior valor estimado até agora pelas Nações Unidas.
Pascoe disse que a resposta com tanques e bombardeios aos protestos era "uma reminiscência do massacre de Hama realizado pelo governo sírio em 1982", ordenado pelo pai do presidente, Hafez, e no qual morreram, ao que parece, milhares de pessoas.
"Infelizmente, a comunidade internacional fracassou em sua obrigação de deter o massacre e as ações e inações (...) parecem ter fomentado no regime a crença de que estava impune para realizar a destruição sem sentido de seus cidadãos", disse Pascoe em uma conferência sobre o Oriente Médio diante do Conselho de Segurança.
A Síria enfrenta uma grave crise política desde março de 2011, com forças de segurança do regime do presidente Bashar al Assad reprimindo violentamente protestos oposicionistas, principalmente na cidade central de Homs, alvo de pesados ataques há três semanas.
A circulação de jornalistas pelo território é restringida pelas autoridades, o que dificulta a apuração do número real de mortos em confrontos.
Cada vez mais, a comunidade internacional pressiona Assad para que ele interrompa a violência e deixe o poder.
Mas Rússia e China vetaram duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que pretendiam condenar a violência.
Diplomatas, no entanto, afirmaram que as negociações podem levar em breve a uma nova resolução exigindo o acesso humanitário à Síria.

Cerca de 25 mil refugiados, segundo registros da ONU, encontram-se em países limítrofes da Síria e entre 100 e 200 mil estão desabrigados dentro do país, acrescentou Pascoe.
Hillary
Hillary Clinton disse ao Senado dos Estados Unidos que pode se argumentar que Assad é um criminoso de guerra, mas que usar essa nomenclatura "limita as opções para convencer os líderes a deixar o poder".
O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, disse na segunda-feira que é o momento de denunciar a Síria no Tribunal Penal Internacional e advertiu Assad de que ele enfrentará a Justiça.
A Tunísia, entretanto, onde uma revolta derrubou o presidente no ano passado, estaria disposta a oferecer asilo a Assad se isso ajudar a conter a violência na Síria, disse uma autoridade tunisiana do alto escalão.
Juppé afirmou ao Parlamento francês que começou o trabalho no Conselho de Segurança para uma resolução que "possa ordenar uma interrupção imediata das hostilidades e permitir o acesso de ajuda humanitária, ao mesmo tempo em que renova o apoio ao plano da Liga Árabe".
"Peço solenemente que Rússia e China não vetem essa resolução no Conselho de Segurança", afirmou ele.

Fonte:   www.g1.globo.com

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